A Argentina obteve um empréstimo de 775 milhões de dólares (cerca de 703 milhões de euros) do Qatar para pagar as suas obrigações para com o Fundo Monetário Internacional (FMI), numa situação complicada para o país sul-americano, com a sua reservas de divisas em mínimos históricos e uma crise económica cada vez mais profunda.
Como explicado pelo Ministério da Economia na sexta-feira, este empréstimo do Qatar é o equivalente aos 775 milhões de dólares devidos pelo país ao FMI em direitos de saque especiais (SDR).
O país do Médio Oriente reembolsará o empréstimo em agosto, assim que o órgão diretivo do FMI aprovar o desembolso de 7,5 mil milhões de dólares (6,804 mil milhões de euros) acordado por Buenos Aires com o pessoal do Fundo no mês passado.
Em 1 de agosto, a Argentina devia um total de 454 milhões de dólares (411,8 milhões de euros) ao FMI a título de juros regulares, mas o pagamento total sobe para 775 milhões de dólares (703,1 milhões de euros) se se incluir o sobretaxas relacionados com o elevado montante do empréstimo.
O FMI apoiou o país com um resgate recorde de 44 mil milhões de dólares (39,919 mil milhões de euros) durante o governo de Mauricio Macri, mas o acordo foi renegociado e refinanciado durante a presidência cessante de Alberto Fernández.
O empréstimo do Qatar é a última de uma série de medidas não convencionais que Buenos Aires concebeu para evitar o incumprimento do empréstimo do FMI numa altura em que os argentinos se preparam para eleger um novo presidente em outubro.
A Argentina já utilizou os seus próprios DSE com o FMI, recorreu a efetuar pagamentos em yuan e obteve um empréstimo intercalar de um banco desenvolvido com sede em Caracas.
O ministro da Economia, Sergio Massa, que também é candidato à presidência nas eleições de outubro, negociou o acordo de refinanciamento com os funcionários do FMI em julho, depois de meses a tentar obter mais dinheiro antecipadamente do Fundo.
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