Polónia reforça fronteira em reação à presença do Grupo Wagner na Bielorrússia

Marcia Pereira

A presença do Grupo Wagner na Bielorrússia, associada a um aumento do número de imigrantes, foi considerada pela Polónia como uma ameaça potencial. O ministro do Interior, Mariusz Kaminski, disse no domingo de manhã, na sua conta do Twitter, que vai enviar 500 polícias do Grupo Wagner para a fronteira com a Bielorrússia. unidades anti-motins e anti-terroristas e 2.000 soldados.que se juntarão aos 5.000 guardas fronteiriços. “Devido à situação de tensão na fronteira com a Bielorrússia, decidi reforçar as nossas forças”, escreveu Kaminski no Twitter.

A Polónia acusou a Bielorrússia de ter criado criado artificialmente uma crise migratória na fronteira a partir de 2021, trazendo pessoas do Médio Oriente e de África e tentando empurrá-las para o outro lado da fronteira.

A Guarda de Fronteiras polaca informou ontem que 187 pessoas tentaram atravessar ilegalmente a Polónia a partir da Bielorrússia no sábado e observou que os números têm crescido constantemente nos últimos meses, embora estejam bem abaixo dos níveis observados em 2021.

De acordo com uma porta-voz da Guarda de Fronteiras polaca, Anna Michalska, as patrulhas polacas na fronteira, registaram um comportamento mais agressivo nos últimos dois meses, devido ao aumento do número de imigrantes.. “Os grupos estão mais agressivos. Tem havido muitos ataques a patrulhas polacas. Dezassete veículos foram danificados este ano, 13 dos quais em junho”, diz Michalska.

Stanislaw Zaryn, o ministro responsável pela coordenação dos serviços especiais, disse Reuters que o aumento da segurança (para além do problema da migração) se deve também à transferência de mercenários do grupo Wagner para a Bielorrússia.

A decisão de transferir o grupo de mercenários para a Bielorrússia fez crescer o receio entre os membros orientais da NATO de que a sua presença conduza a uma maior instabilidade na região.

“Ainda é uma hipótese e um caso a ser analisado se o Grupo Wagner irá desestabilizar a Polónia”, disse Zaryn à Reuters. “Partimos do princípio de que os Wagner não estão a ir para a Bielorrússia para recuperar, mas para realizar uma missão. Esta missão poderia ser dirigida contra a Polónia, mas também contra a Lituânia ou a Ucrânia.“, acrescentou.

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