O fracasso de ficção científica que “teria mudado a carreira de Chris Evans” é uma das aventuras espaciais mais realistas e evocativas do século XXI, Sunshine.

Provavelmente já se deparou com este momento nas redes sociais, em que vemos Cillian Murphy no papel principal de Oppenheimer a enfrentar o enorme poder luminoso de uma bomba atómica (bem protegido para a ocasião). Mas esta não é a primeira vez que nos deparamos com uma cena destas protagonizada pelo ator irlandês. Há um filme de ficção científica em que a estrela de Peaky Blinders também teve de enfrentar o sol, o rei das estrelas.

Num ano como este, marcado por vários grandes fracassos de bilheteira, alguns realmente dolorosos como O Criador de Gareth Edwards, é comum olharmos para trás e lembrarmos outros filmes que não se deram bem comercialmente com o público mas que mereciam muito mais. Susnhine é um deles, um dos mais injustos fracassos do género que, aproveitando o facto de Oppenheimer chegar em breve à TV, quero falar hoje.

O fracasso de bilheteira mais injusto de Chris Evans

Realizado pelo mestre da sétima arte Danny Boyle, este filme de 2007 contava uma história em que o sol estava a desaparecer. A humanidade não ia deixar que isso acontecesse e tinha engendrado um plano complexo para reativar a estrela, com o senão de ser necessário enviar uma nave com alguns dos melhores cientistas do nosso planeta, entre eles Cillian Murphy e Chris Evans, que viria a colocá-lo como um dos seus melhores trabalhos.

“Cerca de dez pessoas viram-no. Ninguém vai ver os meus bons filmes. Toda a gente vai ver o Quarteto Fantástico mas ninguém vê Sunshine. Eu teria uma carreira diferente se as pessoas o tivessem visto. Eu adoro esse filme. Adoro o Danny Boyle. Adoro a experiência que tive e adoro o elenco. É um daqueles filmes que adoro do princípio ao fim.“. – Declarações de Chris Evans

Estas palavras foram proferidas em 2011, pelo que, desde então, Evans teve, para além de uma vida nos Marvel Studios, vários projectos dos quais também guarda boas recordações, incluindo a sua estreia como realizador em Before You Go. Por isso, não sabemos se Sunshine ainda é considerado por ele como um dos seus melhores trabalhos, mas não me parece que vá perder esse título. Esse thriller de ficção científica com toques de terror surpreendeu-me do princípio ao fim quando o vi no grande ecrã em 2007.

Ficção científica dura, mas com ritmo e suspense.

É justo dizer que, por vezes, este tipo de filmes pode tornar-se lento, demasiado contemplativo e, por isso, não recomendado para audiências comerciais. Não foi esse o caos de Sunshine, que conseguiu combinar tudo isto com bastante ação e cenas de sobrevivência, e um grande mistério tipo Horizonte Final (com um toque mais realista).

É evidente que as interacções psicológicas estão lá, com com as personagens a questionarem-se constantemente sobre o sentido da vida. e preocupam-se em saber se existe algo para além do que conseguem ver. O próprio nome da nave, Ícaro II, é já uma referência a uma história mitológica muito recorrente e adequada à premissa narrativa do filme, que, recorde-se, leva um grupo de homens e mulheres a aproximar-se o mais possível do sol para o reativar e salvar a Terra.

Visualmente, o filme também não é mau, e não parece ter sido feito há mais de 15 anos, como referi anteriormente. Em suma, uma história de ficção científica e exploração espacial capaz de nos manter colados ao ecrã e de nos pregar alguns sustos em pouco mais de uma hora e meia de filme. A única grande desvantagem, no entanto, é que hoje em dia não está atualmente disponível empelo que teremos de pagar ou esperar que seja carregado, presumivelmente para o Disney+, uma vez que se trata de um lançamento financiado, na altura, pela Fox Searchlight.

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